Palavreado
Palavras...palavras minhas e de outros. Frases feitas, sendo feitas e refeitas. Construção de pensamento.
terça-feira, junho 15, 2010
domingo, janeiro 07, 2007
Cogito
pronome
pessoal intransferível
do homem que iniciei
na medida do impossível
eu sou como eu sou
agora
sem grandes segredos dantes
sem novos secretos dentes
nesta hora
eu sou como eu sou
presente
desferrolhado indecente
feito um pedaço de mim
eu sou como sou
vidente
e vivo tranquilamente
todas as horas do fim"
Torquato Neto
e ele ainda diz: quem não se arrisca não pode
berrar ! e meu irmão Ari completa: quem não muda, míngua !.
Começamos bem o ano 07 do século 21!
Marta
sábado, novembro 11, 2006
domingo, outubro 08, 2006
Temores por Tremores
E os tremores?
Viver sem amores e sem terrores.
E os tremores?
- amores.
domingo, outubro 01, 2006
Clarice, sempre
"Sim, minha força está na solidão. Não tenho medo de chuvas tempestivas nem das grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite."
Clarice Lispector
quarta-feira, setembro 27, 2006
Inté
Gostosamente nossas línguas e nada, e tudo.
Névoa, bruma ou qualquer coisa que não existe na areia
seu corpo, sim.
Salivas, desejos realizados
e a realizar, até
Marta
sábado, setembro 16, 2006
coisas outras
Vivamos, minha lésbia, e amemos,
E as censuras desses velhos tão severos,
todas valham para nós só um centavo.
Os sois podem morrer e renascer;
Nós, uma vez que morre nossa breve luz,
devemos dormir uma só noite eterna.
Dá-me mil beijos, depois cem,
Então mil outros, então outros cem.
Depois, sem parar, outros mil, depois cem.
Então, quando somarmos muitos milhares,
Misturaremos todos, para não sabermos,
ou para que nenhum invejoso possa por mau olhado,
Ao saber quantos foram os beijos.
Daí, em 1980, na Revista Còdigo, Aldo Fortes escreve:
MISERABLE CATULO, larga,
de ser bobo. Acabou.
Tudo brilhava para vocês nos belos dias
quando sua menina queria
quando ela ria como ninguém
os dois juntinhos por aí
o mundo voando longe
ah,como você curtia
ela também não vai dizer que não
Aqueles dias vocês foram fundo
Agora ela não quer mais
e você vai chorar?
pare de se comer vivo, bicho
pra que?
aguente essa barra
não fale mal dela
mostre a classe
Tchau, garota, Catulo
tá indo embora
ele não vai entrar nessa
de tentar te chatear
ou sair chateado
Quanto a você, menininha
te cuida
quero só ver quem vai te abraçar
até as tuas costelas estalarem
quem vai te chamar de doçurinha
em quem você vai dar mordidinhas na boca
quem vai te
Catulo, pare com isso
a besta-fera
"Para conseguir ser um artista, é necessário dominar, controlar e transformar a experiência em memória, a memória em expressão, a matéria em forma. A emoção para um artista não é tudo; ele também precisa saber tratá-la, transmiti-la, precisa conhecer todas as regras, técnicas, recursos, formas
e convenções com que a natureza pode ser dominada e sujeitada à concentração da arte. A paixão que consome o diletante serve ao verdadeiro artista; o artista não é possuído pela besta-fera, mas doma-a".
Ernest Fischer
A Necessidade da Arte
Criar com o coração e recriar com a cabeça.
Alinhavando frases pra entender,daquilo que brota, o que deve ser podado e o que deve ser adubado.
Marta
terça-feira, setembro 12, 2006
De vidros e jornais
Enquanto o argentino Jorge Luiz Borges escrevia para se ver livre dos rascunhos, e Clarice Lispector para se livrar de si mesmo, Ferreira Gullar acha, que, como Elliot, a idéia de se livrar das emoções é mais forte: “A emoção sentida é uma coisa muito ruim. Lida, não. Agora, viver emocionado é barra-pesada. A vida é boa quando ela não pesa, quando ela não dói”. Isso porque ele acredita que, no momento da escrita, o poeta transforma a emoção numa alegria e também escreve para transformar o que sente em outra coisa: “Até uma coisa que seja doída se transforma em alegria, em alegria estética”.
I
Aí voltei ao ponto de partida desse palavreado, com vidros embaçados e tendo que
resolver se limpo vidros ou leio jornais.
Marta
domingo, setembro 10, 2006
Caminho pro céu.
a lama
as pedras
e cavar bem fundo.
Olhar,
Olhar bem,
botar fora os fantasmas
e enterrar os mortos,
que eles bem merecem.
Sol forte e água limpa
aos mofos e lamas.
Aos rios as pedras,
depois voar.
Marta
no dia de Santa Marta,
29 de julho (2006)
Escolhas
Ítalo Calvino
As Cidades Invisíveis
Solidão X Liberdade
Gosto desse gosto de ficar só, de estar só, de pensar só. Parece que tudo fica mais fácil e fica maior o mundo. Posso ir, andar, olhar o sol, dobrar esquinas, rir, ler ou simplesmente fazer absolutamente nada. Nada a ver com solidão, mas com liberdade.
Não é sempre assim, eu sei. Existem os dias de pés pesados quando preciso de ajuda pra andar, mas se estou em paz e me olho de bem, ando até o infinito sem precisar de nada, sem procurar nada, só admirando e me expondo aos acontecimentos. Algumas vezes esses acontecimentos me dão um soco... então corro pra casa apavorada e escondo-me sob as cobertas.
Mas eu gosto... gosto disso, de estar aberta pro novo, ver gente diferente, ouvir pessoas. Depois, com calma, revejo tudo como num filme, aí me crucifico ou vou ao céu.
É boa a vida quando tenho coragem!
Marta
Livro de Ângela
Um Sopro de Vida (Livro de Ângela)
Clarice Lispector
Então... é essa a idéia desse blog, só que, além das minhas linhas, pretendo bordar aquí também com as linhas que salvaram outros corações.
Marta